Eu poderia escrever, sem hesitar, aquilo que, de fato, me consome
Poderia falar o mais claramente possível das mazelas dessa vida
sem deixar que morra em mim a vontade de voar que inspiram os pássaros
Eu poderia acabar de vez com essa loucura de viver
Viver do pó, viver do chão, viver dos pensamentos que jamais se calam
Poderia ir buscar atrás daquela nuvem, branca e esmiuçada, pois nela ninguém vê o menor rascunho de um desenho, os mais fiéis segredos pra te contar.
Guardados então, desde que inventou-se o sempre
Poderia dizer as mil palavras que inventei, e inventar mais outras duas mil palavras soltas.
De florires, então, o teu jardim é que saberás a inútil falta que fizeste a ninguém
Lembrando vais do tempo que ficou perdido e não renovas os relógios na parede
O tempo passa, passa e passa de novo, mas não sai nunca do lugar
É sempre a mesma hora, é sempre a hora exata pra falar
Mas por não abrires mão do véu que te recobre a face
Míngua os possíveis e ilusórios recortes desse filme incompreendido pelo próprio autor.
"Poderia falar o mais claramente possível das mazelas dessa vida
ResponderExcluirsem deixar que morra em mim a vontade de voar que inspiram os pássaros"
Que puta frase, linda!!!
Jose, você escreve como ninguém, gosto muito.
*eusempreaqui*
Beijo ^^