Alguém veio lhe falar, assim, como que num desabafo, e ela não pôde impedir, não pôde se recusar a ouvir. Dobrou lentamente as folhas de jornal, pôs sobre o banquinho e abaixou a cabeça apoiando as mãos sob o queixo. Esperou.
- Algumas memórias me têm vindo à mente, como se fossem um espelho do agora, e eu não sei bem como me comportar a respeito. Às vezes penso que é um aviso, me dizendo pra não errar de novo, pra fazer diferente. Mas quando me vejo por inteira já fiz, e qualquer tentativa de conserto é inútil, são coisas de dentro. É, não tem conserto. Talvez perdão, mas conserto não.
E depois só o vento falou até a tarde sumir.
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