09 julho, 2011

Passou a perceber que se desligava, aos poucos, do mundo de todo mundo. E imergia sem pressa no mundo que construía de dentro pra fora da sua mente. Um dia, numa daquelas horas em que o silêncio vinha ter com ela diálogos dolorosamente profundos, viu descer uma lágrima dos olhos da própria mudez. Ela quis voltar pra casa, mudar as coisas de lugar, mas continuou deitada ali e esperou que o vento gelado do inverno secasse aquelas lágrimas. De olhos fechados dizia, repetidas vezes, a fim de que não se esquecesse tão cedo: 
 - Vai valer a pena. Vai valer a pena. Vai valer a pena. 

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