28 agosto, 2011



                          "Até setembro. 
Sim, até setembro. 
Ah, até setembro" 
Caio F.

Não é amargura. Não é rancor. Não é solidão. É a solidez dos dias anubliados que se achegam na minha retina e me tocam, por pura maldade. Não é tristeza, de fato. Não é alegria faltosa. Não é o cinza de tudo. É a liquidez dos meus sentidos que esvaziam a casa e explodem dentro de mim. Não é sentimento retido. Não é incerteza. Não é sequer coragem. É a sobra que me chega em punhados e vira uma falta não sei do quê, mas que sobra no final (sobra tanta falta). Não são sorrisos de areia em dias de sol forte. Não são as pedras da calçada que ninguém olha e vê. Não são os vagalumes brilhando no escuro. São meus olhos vendo a luz e buscando não buscar o caminho. Não são gotas invisíveis de suor na palma das mãos. Não são as horas que eu não vejo passar. Não  são as constatações absolutas que nunca seguem ao meu lado. São noites a fio penando e escutando os desacordos entre a mente e o coração.

3 comentários:

  1. Fantástica, Josi.
    Como sempre.

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  2. Onde fica o botão de curtir?!
    Ah, que foda! Só um palavrão mesmo...

    É a sobra que me chega em punhados e vira uma falta não sei do quê, mas que sobra no final (sobra tanta falta).

    os paradoxos que se combinam...

    Abraços da Noya.

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  3. Dúvidas, perguntas, pensamentos, anseios, suspiros...ah!

    Mas os sorrisos de areia foram os mais lindos.

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