O instante em que lhe escrevo é outro, não aquele. O instante em que todo o pensado paira noutro lugar que não o das ideias meramente imaginativas, que brincam de quase ser enquanto habitam o pensamento e o preenchem de qualquer coisa que não para.
Estou na casa de madeira, e nada mais me acalma, agora, além da calma que chega com a chuva que termina. Meus movimentos são pouquíssimos e todos pensados, e pesados; qualquer coisa que não para, no fundo, eu sei, quer saltar de onde está e espreitar pela janela da alma pra ver se é verdade aquilo que desconstrói o pensamento.
Vês? Demoradamente os pingos recomeçam a desenhar a paisagem que inunda a minha retina. De sal, somente, de chuva ou ausência presente.
para evitar o substantivo lágrimas, mas colocá-lo em todas as palavras do texto.
ResponderExcluirCatártico.
Hum, eu achei Clarice por aí.
ResponderExcluirNo meio das tuas assonâncias e aliterações, na verdade, encontrei um bocado de coisas.
"O instante em que lhe escrevo é outro, não aquele."
ResponderExcluirIsso é lindo. Os instantes são tão fugidios e eternos que deles nascem essas tais poesias. Essa qualquer coisa que não pára, esse instante em que "o pneu do carro toca o chão", me parece a "MÁQUINA DO UNIVERSO"!!!
De tão impalpável e belo e único. Essa "qualquer coisa que não pára" nos inquieta e adormece, não?
Daí nascem e morrem e nascem e morrem e renascem nossas poesias.
Virtudes nossas.
Que comentário, Thay!
ResponderExcluirObrigada. <3