Mas é esse o meu jeito. Hermética, distraída, às vezes pareço até antipática, mas isso não passa de timidez. Sem falar no orgulho, que quase sempre esconde metade daquilo que somos. E você precisa me dizer com certa precisão, digamos, o que está sentido ou pensando. Eu posso até saber ler nas suas entrelinhas, mas, acredite, vou guardar minha leitura só pra mim enquanto não tiver certeza do que li. Funciona quase dessa mesma forma quando aparece alguém; eu corro não sei pra onde e tiro não sei de que lugar uma armadura. Não me é muito útil, afinal, mas me faz pensar estar menos à deriva, mais com os pés fincados no chão. Mas eu te peço que não tenha medo, que não desista de mim. Pois se eu peguei a armadura é sinal de que você representa alguma coisa, por isso persista. Não abandone essa fonte de sensibilidade quase militar que eu imponho a mim mesma. Fique e, por favor, aceite o desafio. Me mostre que a vida não precisa ser tão pesada assim, que eu posso, se eu quiser, andar de mãos dadas com o amor sem ter medo de tropeçar em alguma pedra no caminho, sem ter o cuidado de medir a largura e a intensidade dos meus passos.
Suspiro
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Eu sinto tanta, tanta, tanta a ausência da sua reflexão meio falada, meio olhada, meio refletida.
ExcluirTá lindo, Errante. Para variar...